EUR/USD recua para perto de 1,1630 enquanto o dólar mantém firmeza em meio à calma da Ásia-Pacífico
Na segunda-feira, durante a sessão asiática, o par EUR/USD permaneceu contido, oscilando na faixa de 1,1630–1,1640, enquanto o dólar americano (USD) subia para o nível mais alto em quase três meses e o euro (EUR) enfrentava pressão.
A atenção dos investidores voltou-se para duas reuniões centrais de bancos centrais nesta semana — o Federal Reserve (Fed) e o Banco Central Europeu (BCE) —, enquanto o otimismo crescente em torno de uma trégua comercial entre os Estados Unidos e a China deu suporte adicional ao dólar.
Otimismo comercial EUA–China e fraqueza na manufatura asiática
Os mercados foram impulsionados por sinais de progresso nas negociações entre Estados Unidos e China, o que ajudou a elevar o apetite por risco e permitiu que o dólar se fortalecesse, mesmo em um ambiente geralmente “risk-on”.
Ao mesmo tempo, os dados de manufatura da Ásia decepcionaram: as pesquisas mostraram que a atividade fabril da China caiu pelo sétimo mês consecutivo, enquanto os pedidos de exportação da Coreia do Sul encolheram — evidenciando que o motor de crescimento baseado em exportações continua sob pressão, apesar do otimismo comercial. Para o mercado cambial, isso significou perda de força do euro, que normalmente se beneficia de um clima de risco positivo, enquanto o dólar ganhou vantagem como ativo mais seguro.
O que vem a seguir: foco nos bancos centrais
O destaque agora recai sobre a reunião do Fed. O mercado, em sua maioria, espera um corte de 25 pontos-base, mas o verdadeiro foco estará no tom dos comentários do presidente Jerome Powell — se ele dará sinais de novas reduções ou adotará postura mais cautelosa. Qualquer indicação de que esse pode ser o último corte do ano pode fortalecer ainda mais o dólar.
Enquanto isso, a reunião do BCE (agendada para quinta-feira) também atrai atenção. Os analistas esperam, em grande parte, que não haja mudanças na política monetária, mas os investidores avaliarão atentamente as declarações da presidente Christine Lagarde em busca de pistas sobre possíveis cortes em 2026 e além.
Conclusão
O euro permanece sob pressão, enquanto o dólar encontra novo suporte em meio ao otimismo comercial entre EUA e China e à postura cautelosa dos bancos centrais. A menos que o mercado receba uma surpresa fortemente dovish do Fed ou um tom inesperadamente hawkish do BCE, a faixa atual do EUR/USD deve se manter — com viés de baixa em direção à zona de suporte próxima a 1,1600.

