S&P 500: Após a Correção, o Rebate
A semana passada foi desafiadora para os mercados norte-americanos, que — até sexta-feira — ficaram sob pressão devido às avaliações elevadas das empresas expostas à inteligência artificial e aos primeiros sinais de fraqueza macroeconômica, especialmente no mercado de trabalho.
Em determinado momento da sexta-feira, o S&P 500 chegou a cair 3% em relação ao fechamento da semana anterior, enquanto o Nasdaq recuava 4,75% em comparação com cinco sessões antes.
Esse movimento não é surpreendente, considerando a alta concentração de empresas de tecnologia em ambos os índices (cerca de 35% no S&P 500 e 65% no Nasdaq).
A decisão da China, anunciada na quarta-feira, de bloquear as exportações de chips da Nexperia — empresa holandesa focada principalmente na indústria automotiva — lembrou aos investidores, já nervosos com as crescentes menções de uma possível “bolha tecnológica”, o quão frágil ainda é a cadeia de suprimentos do setor de alta tecnologia.
No campo macroeconômico, o relatório Challenger Job Cuts mostrou uma perda de 150.000 empregos em outubro, três vezes acima da expectativa e o pior resultado para o mês desde 2003.
No entanto, na sexta-feira, 7 de novembro, após o fechamento dos mercados europeus, ocorreu uma reversão acentuada, impulsionada principalmente por fatores técnicos, levando a um rebote de 3,6% até a manhã desta quarta-feira (12 de novembro, 11h30 CET).
A seguir, veja as razões técnicas por trás desse movimento.
Análise Técnica
O S&P 500 (atualmente em US$ 6.872) formou um forte candle de martelo bem definido no fechamento da última sexta-feira, com uma recuperação intradiária de 1,65% a partir das mínimas da sessão.
O índice havia caído momentaneamente abaixo da média móvel de 50 dias, um suporte técnico chave tanto para este como para outros mercados em tendência de alta.
Esse movimento coincidiu quase exatamente com o teste do canal ascendente iniciado em meados de maio de 2025, dentro do qual o S&P 500 vem operando desde então.
Vários pesos pesados do índice, como $MSFT e $META, já haviam passado por correções significativas, enquanto as ações do setor de semicondutores — lideradas por $NVDA, mas também incluindo $AMD e $AVGO — se afastaram de suas máximas recentes.
O VIX atingiu quase 22 pontos, nível que tem atuado como resistência clara desde pelo menos 2023.
Como mencionado, o rebote foi forte, e a perspectiva de uma resolução iminente do fechamento do governo dos EUA adiciona um elemento positivo ao noticiário.
O RSI (14) ainda mostra leve divergência de baixa, mas se recuperou de níveis próximos a 50, situando-se agora em 60,60.
Atualmente, o índice não está longe das máximas históricas — a região de 6.885 representa uma primeira resistência, enquanto o nível de 6.920 marca a máxima histórica do S&P 500.
As médias móveis de 21 e 50 dias (em 6.784 e 6.697, respectivamente) mantêm uma inclinação positiva, enquanto a banda superior de Bollinger está em 6.944.
O limite superior do canal de alta passa atualmente próximo de 6.980.
Dito isso, começamos a acreditar que o mercado está mais consciente das avaliações elevadas, motivo pelo qual preferimos manter uma postura prudente antes de comprar após um rali intenso.
Para o pregão de hoje, do lado negativo, os níveis de 6.848, 6.820 e 6.800 são os que devem ser monitorados de perto.


